Diferenças clássicas entre guarda-chuvas e sombrinhas |
Isto posto, há que se justificar a origem do texto. Estava o autor saindo de casa, às 7h30 da madrugada de uma segunda-feira preguiçosa, quando começou a chover forte. Abrigado pelo veículo, não deu muita bola para a chuva, até se lembrar de que o trajeto entre o carro e a repartição onde trabalha torna-se imensamente mais comprido em dias de tempestade (valeu, Einstein!). Pensou em voltar para buscar seu guarda-chuva e já vinha fazendo um retorno "semi-proibido", quando atinou para o fato de que não possuía um guarda-chuva desde o dia 27 de novembro de 2005. Neste fatídico dia, o autor do estudo perdeu seu 61º guarda-chuva, o que motivou uma decisão definitiva no reveillon daquele mesmo ano: nunca mais teria uma sombrinha novamente.
É uma decisão logicamente simples e menos dramática do que aparenta: o estresse causado pela perda de um guarda-chuva não compensa seu valor de mercado. A conta é a seguinte: considerando que adquiri, a partir dos meus 15 anos de idade, 61 guarda-chuvas; considerando que a média de preço de um guarda-chuva comum, médio, preto e sem desenhos, já descontadas a depreciação, valorização das moedas, planos econômicos e inflação, é de aproximadamente R$ 15... Gastei, por ano, algo em torno de 85 reais! Isso significa dizer que, todos os anos, eu esquecia 85 contos em ônibus, banheiros de shopping, cinemas, salas de aula... Oitenta e cinco reais! Em guarda-chuvas!
Infográfico (clique para ampliar) |
O guarda-chuva é um daqueles objetos místicos que você só percebe sua existência no caso de ausência, como, por exemplo, aquele pedaço de ovo de páscoa que você esqueceu na geladeira e que, no dia em que passa o tempo todo pensando em chegar em casa para finalmente devorá-lo, descobre que seu irmão caçula foi mais rápido.
Mais místico que isso, no entanto, é a capacidade inerente ao objeto de simplesmente desaparecer. Se você já teve um guarda-chuva, com certeza você já perdeu. A atual sombrinha que você tem hoje provavelmente será deixada largada em algum lugar nos próximos 2 ou 3 meses. Até mesmo quem não tem guarda-chuva já perdeu o de alguém! Há casos documentados de vítimas que juram ter perdido o maldito dentro de suas próprias casas, mas nunca, jamais, terem-no encontrado novamente.
Para mim, isso é algum tipo de conspiração das empresas produtoras deste estranho objeto. Uma forma de manter o mercado de sombrinhas aquecido e com demanda sempre crescente. Só pode!
Voltando ao campo mais técnico, e tomando por base os conceitos difundidos por Murphy (1952), proponho o "Teorema Básico do Guarda-Chuva". O teorema, que claramente bebe na mesma fonte (com o perdão do péssimo trocadilho), na "Teoria da Proximidade do Banheiro" (estudo clássico cujo corolário mais famoso é: "Quando você está apertado para ir ao banheiro, quanto mais próximo você estiver de um, mais irresistível será a vontade"), expõe que a probabilidade de perder um guarda-chuva cresce exponencialmente, em função da precipitação do momento, enquanto que a probabilidade de recuperá-lo decresce de maneira inversamente proporcional. Isso significa, em termos leigos, que quanto maior for o toró, mais chances você tem de esquecer a sombrinha em algum veículo ou local que torne impossível sua recuperação. Ou seja, você perdeu o dito-cujo para sempre, playboy!
O fascínio e a mágica em torno do guarda-chuva, e até mesmo uma certa obsessão pelo objeto, podem ser inclusive percebidos na arte. A Velha Surda e o Pinguim o usavam como arma. Gene Kelly tinha uma sombrinha como parceira de dança. Era meio de transporte para Mary Poppins. O mundo entrou em colapso depois que uma organização chama "Guarda-Chuva" liberou um vírus que transformou todo mundo em zumbi em Resident Evil. E, claro, foi hit de Rihanna que venceu um Grammy em 2008.
O autor do estudo continua firme em não adquirir outro guarda-chuva. Mas isso pode mudar a qualquer momento, instável e indeciso como a previsão do tempo...
xow d bola =) ateh hj naum sei kd meu guarda chuva =( soh me restou a capa dele
ResponderExcluirEU TENHO 2 E FIKA DE ENFEITE !!!! MAMAE
ResponderExcluirFILHOOOO, NAO SEI COMO POSTAR, ME ENSINA EU COLOKEI COMO ANONINMO
ResponderExcluirOi Mãe! Que bom te encontrar por aqui. Seguinte: Abaixo da caixa do comentário, tem a opção "COMENTAR COMO:" Viu? Pois é, ela deve estar como "Anônimo". Clica na setinha e seleciona "Nome/URL". Então é só digitar o seu nome e pronto! Mas valeu pelo comentário!
ResponderExcluirPior eu que vou perdendo ele em partes, primeiro a capa que até hoje não descobri pra que serve ¬¬'
ResponderExcluirdepois solta o cabo e eu tenho que ficar segurando naquela parte de ferro que fica escorregando, até perder logo ele inteiro. Triste a situação dos donos de guarda-chuva ou de qualquer pessoa que já teve um, sei lá.
Thaysa. Eu te entendo, de verdade.
ResponderExcluirE quando um dos arames se solta do tecido, ou quando bate um vento e o danado vira ao contrário?
Precisamos dar um basta nisso!
Vamos começar um grupo de apoio!
esse estudo vai dar quase uma tese de doutorado kkkk... mas é totalmente verdadeiro mesmo! Acho que só comprei um guarda-chuva na vida, mas já perdi vários de outras pessoas... o único que eu comprei (em Barreirinha), não conseguiu nem chegar em Manaus, ficou no quarto do hotel...
ResponderExcluirTá aí, GRUPO DE APOIO CONTRA GUARDA-CHUVAS!
ResponderExcluirBoa, Felipe*
O Governo Federal deveria criar um programa de auxílio, um "Bolsa-Sombrinha", pra financiar a aquisição de guarda-chuvas em cidades com alto índice de precipitação.
ResponderExcluirGRUPO DE APOIO
ResponderExcluir- Olá, meu nome é Felipe.
- Oooooi Felipe!
- Eu já perdi 61 sombrinhas...
(aplausos)
- Há quase 6 anos eu não gasto meu dinheiro com guarda-chuva... e tenho muito orgulho disso.
(aplausos em pé!)
poxa vida.. o pior eh q eh verdade, eu já perdi as contas de quantas sombrinhas eu ja perdi na rua e ate em casa.. o mais engraçado eh q a qualidade desses guardas-chuva não são nada boas.. qualquer ventinho um pouco mais forte e ele vira do avesso.. fora os perdidos, tenho um bocado de sombrinhas tortas, quebradas, descosturadas literalmente acabadas em casa...
ResponderExcluirOi Jenifer, valeu pela participação.
ResponderExcluirQuer dizer que você tem um "ferro-velho" de sombrinhas??? Tira uma foto e manda pra mim!
O pior é que, toda vez que vou em busca de um guarda-chuvas (sombrinha, na minha terra), ainda me preocupo com o designer, desenvoltura ao ser aberto, cor, matéria-prima utilizada... pesquiso até, se a empresa que o fabricou preocupa-se com o meio ambiente... tem todo um desgaste emocional envolvido... É a busca pelo "escolhido".
ResponderExcluirEntão, uma vez definido quem me abrigará em dias tempestuosos, ou me envolverá em sua sombra fresca em dias quentes de verão, ou mesmo, ficará ao meu lado como um companheiro fiel, caso tudo mude ao meu redor... Eu, uma jovem donzela, pura e inocente, prometo ser fiel e protegê-lo... Entrego o meu coração...
Até que, sem muitas explicações... Ele se vai... Não entendo como... Apenas, torno-me vítima de todas as teorias supracitadas... É triste... meu coração partido... O que acontece? Por que? Oh, vida cruel que trazes um guarda-chuva e o leva tão repentinamente quanto o trouxe! E justamente no momento em que mais precisamos...
Bjim
Rá! Boas observações, Sra. Anônima.
ExcluirEstou rindo descontroladamente!
Você é deveras talentosa.
Deverias abrir um blog. Eu seria teu seguidor fiel.
Eu sou mais rápido ainda: consigo perder todos os guarda-chuvas em menos de 24 horas após comprá-los.
ResponderExcluirkkkkkkkkkk
Isso deve ser um novo recorde mundial, Diego!
ExcluirHehehe.
Como eu disse, sem dúvida há um complô das empresas fabricantes de guarda-chuvas.